Segundo
os responsáveis pela unidade no período noturno, usuários e familiares
procuram acolhimento durante a noite e de madrugada, mas serviço só é
realizado de portas abertas das 7 às 19 horas, como prevê portaria do
Ministério da Saúde
Um
erro de interpretação. É assim que os responsáveis pelo Centro de
Atenção Psicossocial Álcool e Drogas III (Caps AD III), no período
noturno, definem o problema enfrentado pordependentes químicos que
procuram a unidade em busca de acolhimento à noite ou de madrugada e não
conseguem ter acesso ao tratamento oferecido. A informação foi
divulgada durante a visita da Comissão de Dependência Química da Câmara
Municipal, presidida pelo vereador Rodrigo Manga (PP), na quarta-feira
(5).
Acompanhado
dos vereadores Luís Santos (Pros) e Saulo do Afro Art´s (PRP), o
presidente da comissão esteve na unidade para fiscalizar o tratamento
dado aos usuários de drogas e averiguar a reclamação de munícipes que
afirmavam não conseguir atendimento no Caps AD III no período noturno.
“O que ocorre é um erro de interpretação sobre o fato de o Caps III ser
um serviço que funciona 24 horas por dia, o que de fato acontece. Porém,
nós realizamos o acolhimento de dependentes químicos apenas das 7 às 19
horas e, a partir desse período, a equipe se dedica ao tratamento dos
usuários de drogas que já estão instalados na unidade”, explica o
enfermeiro responsável pelos plantões noturnos, Eulito dos Santos Pires
Júnior.
O
horário de funcionamento do Caps AD III de Sorocaba segue as regras
determinadas pela portaria do Ministério da Saúde, que prevê atenção
contínua às pessoas com necessidades relacionadas ao consumo de drogas
24 horas por dia, mas que faz o acolhimento de novos casos, inclusive
aos finais de semana e feriados, apenas das 7 às 19 horas. Segundo o
enfermeiro responsável, isso não quer dizer, no entanto, que as pessoas
que procuram ajuda no período noturno fiquem sem atendimento. “Aqueles
que buscam o tratamento oferecido pela unidade e o fazem à noite ou de
madrugada são encaminhados para o Pronto Atendimento da zona norte até o
primeiro horário de funcionamento do Caps, pela manhã”.
Durante
sessão realizada nesta quinta-feira (6), na Câmara, o presidente da
comissão de Dependência Química falou sobre o erro de interpretação em
relação ao funcionamento do Caps. “Foi divulgado, inclusive no Jornal do
Município, que a unidade atende os usuários de drogas, de portas
abertas, 24 horas por dia. Isso permitiu que a população fosse enganada
sobre o atendimento no Caps, uma vez que, hoje, quem procura a unidade à
noite ou de madrugada encontra o portão fechado”, afirmou Manga.
O
vereador elogiou, ainda, a dedicação e o trabalho dos profissionais da
unidade, mas destacou que as regras do Ministério da Saúde precisariam
ser mais abrangentes para melhor atender os dependentes químicos. “O
atendimento do Caps é ótimo, porém, não fecha o ciclo da rede, uma vez
que não acolhe as pessoas que buscam tratamento à noite ou de madrugada,
horários estes em que muitos usuários de drogas procuram ajuda. Algo, à
nível nacional, precisa ser feito para solucionar essa defasagem”,
declara o presidente da comissão.
Além
dos parlamentares que participaram da visita noturna ao Caps, a
Comissão de Dependência Química também é formada pelos vereadores José
Crespo (DEM), Waldomiro de Freitas (PSD) e Pastor Apolo (PSB).
Realizando
tratamento ambulatorial, acompanhado por uma equipe multidisciplinar, o
Caps AD III está localizado na rua Professor Júlio Pinto Ferreira, 1422
– Vila Angélica.