Rodrigo Manga cobra restruturação da rede de atendimento a moradores de ruas







“Se nada for feito, Sorocaba vai virar uma cidade de zumbis”, frisa o presidente da Câmara para a secretária municipal Cíntia de Almeida, na sessão desta quinta-feira (23) do Legislativo


O presidente da Câmara Municipal de Sorocaba, vereador Rodrigo Manga (DEM), cobrou da Prefeitura a restruturação da rede de assistência e tratamento a moradores de rua, sobretudo daqueles ligados à dependência química, como forma, inclusive, de coibir a criminalidade. A solicitação foi feita diretamente à secretária municipal de Igualdade e Assistência Social, Cíntia de Almeida, que compareceu à sessão ordinária do Legislativo de Sorocaba desta quinta-feira (23), para prestar esclarecimentos quanto às ações do Executivo relativas ao atendimento à população de rua.

“Precisamos de uma política social mais abrangente. O trabalho de abordagem de moradores de rua, também aquele nas casas de passagem, é ótimo. Mas não adianta passar a noite assistida e no dia seguinte a pessoa marginalizada voltar para a rua. Se nada for feito, Sorocaba vai virar uma cidade de zumbis”, citou Manga. Lembrou que em março de 2015 Sorocaba tinha 300 moradores de rua, número que subiu para 680 em setembro do mesmo ano, conforme apurou a Comissão de Dependentes Químicos da Câmara. “Hoje seriam mais de mil”, complementa.

Rodrigo Manga reitera que se não houver tratamento adequado ao público de rua, a tendência é o aumento do número de pedintes e de furtos e roubos para sustentar o tráfico, principalmente de crack. Outra coisa que contribuiu para a marginalização, aponta, foi o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para desinstitucionalização de pacientes internados e hospitais psiquiátricos, colocado em prática de forma equivocada e mal feita. “Mal tratado, sem uma rede de apoio de qualidade, esse paciente vira morador de rua.”

Já a secretária Cíntia de Almeida reconheceu que em março foi registrado aumento da procura por atendimento aos moradores de rua, por parte de entidades, órgãos públicos e grupo de trabalho, voltados a tratar a marginalidade. Citou a reabertura do centro de triagem municipal na rodoviária, como fator positivo, e a intenção da Prefeitura em regularizar e reordenar o trabalho dessas entidades parceiras. Tanto é que uma reunião entre com esse intuito está agendada apara o dia 29 de março, de forma também a discutir a necessidade de um cadastramento e legalização das entidades parceiras.
Para Manga, “é necessário mesmo levar legislação e orientações técnicas, para ordenar a distribuição de alimentos de forma legal, a não incentivar a marginalidade. Um regramento do trabalho é necessário para um atendimento mais digno, mas de forma a tratar e retirar a pessoa da rua. Do contrário, qualquer ação isolada, não surtirá o efeito desejado”.

O motivo quanto ao pedido da vereador, quanto à ida da secretária à Câmara, foi a série de denúncias recebidas, via munícipes e noticiadas pela mídia, referentes à atuação de agentes públicos municipais no sentido de impedir que pessoas ligadas a entidades e igrejas ofertem alimentos a moradores em situação de rua. A solicitação foi feita mediante ofício nº 342/2017, protocolado na referida secretaria.


“A Câmara precisava ficar a par dessa situação. Coloco à disposição do Executivo o apoio da Câmara, sobretudo da Comissão de Dependentes Químicos do Legislativo, no sentido de colaborar na implementação de uma política mais ampla de tratamento ao público marginalizado de rua. É importante reconhecer tudo o que já foi feito, assim como o trabalho das entidades parcerias, mas ainda há muito a avançar”, finaliza o presidente da Câmara de Sorocaba.