90% dos casos de abuso sexual de menores acontecem dentro de casa,
afirma delegado seccional de Sorocaba
Marcelo Carriel recebeu a comissão de vereadores
da Câmara Municipal que acompanha o tema e falou sobre a atuação da Polícia
Civil no combate a esse crime.
Cerca de 90%
dos casos de abuso sexual de crianças e adolescentes acontecem dentro da casa
da vítima. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (1), durante reunião
entre o delegado seccional de Sorocaba, Marcelo Carriel, e os vereadores que compõem
a Comissão Especial da Câmara Municipal criada para acompanhar as ações de
combate a esse crime na cidade. A delegada titular da Delegacia da Mulher, Ana
Luiza Salomone, também participou do encontro.
Formada
pelos vereadores Rodrigo Manga (PP), Fernando Dini (PMDB) e Waldecir Morelly
(PRP), a comissão esteve na Delegacia Seccional para apresentar o trabalho que
será realizado pelos parlamentares, bem como saber formas de o grupo contribuir
com o combate ao abuso sexual de menores. “As visitas da comissão estão sendo
realizadas para que possamos levantar informações sobre o tema. É importante
que conheçamos todos os procedimentos realizados no atendimento às vítimas para
que possamos, assim, buscar formas de ajudar no combate a esse crime”, ressaltou
Manga, que preside o grupo.
Para o
vereador Dini, é fundamental que as vítimas sejam atendidas com dignidade.
“Precisamos pensar em oferecer um atendimento digno para as crianças e suas
famílias. Essa questão precisa ser encarada com imediatismo, para que a vítima
seja preservada de qualquer constrangimento causado por essa violência”,
afirmou.
Morelly,
que é relator da comissão, também falou ao delegado seccional sobre o trabalho
que será realizado pelo grupo de parlamentares. “Todas as ações da comissão
estão sendo pensadas para auxiliar os órgãos e instituições envolvidos no
combate a esse crime. Procuraremos acompanhar o trabalho desenvolvido por
todos, para contribuir da melhor maneira possível”, relatou o vereador.
O
delegado seccional de Sorocaba explicou aos vereadores detalhes sobre a atuação
da Polícia Civil no combate ao abuso sexual de menores. “Nós realizamos o
registro da ocorrência e levantamos todos os dados necessários. Para isso, a
Lei Maria da Penha, o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código Penal são
bem claros e determinam, de imediato, o pedido de prisão. É importante
destacarmos, para efeito de identificação e denúncia, que qualquer ato
libidinoso pode ser considerado estupro”, destacou Carriel.
Delegacia
da Mulher
Presente na
reunião, a delegada titular da Delegacia da Mulher de Sorocaba, Ana Luiza
Salomone, falou sobre a dificuldade de os abusos serem denunciados. “Esse é um
crime vil, que está instalado dentro das famílias ou praticado por pessoas
próximas. Isso faz com que as crianças fiquem intimidadas, o que faz com que a
criança não fale sobre o abuso”.
Para a
delegada, algumas medidas podem ser adotadas no combate a esse crime. “Seria
importante que houvesse a capacitação de profissionais das escolas municipais
para a identificação das vítimas. Além de pensar criminalmente, precisamos
refletir sobre o atendimento oferecido a essas crianças e adolescentes. Neste
sentido, a criação dessa comissão é um importante passo”, opinou Ana Luiza.