Comissão de vereadores debate atendimento às crianças vítimas de abuso sexual em Sorocaba


Parlamentares conheceram a Associação Pró Reintegração Social da Criança, entidade que atende menores violentados na cidade.


A Comissão de vereadores criada para acompanhar ações de combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes reuniu-se, nesta quarta-feira (6), com representantes da Associação Pró Reintegração Social da Criança, que realiza o atendimento aos menores vítimas de violência sexual em Sorocaba. Na ocasião, os parlamentares Rodrigo Manga (PP), Waldecir Morelly (PRP) e Fernando Dini (PMDB) conheceram a estrutura de funcionamento da entidade e debateram o tratamento dado aos casos na cidade. 
Interrompido em janeiro, o atendimento às crianças, até então realizado apenas pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), foi retomado em agosto, após parceria entre a secretaria de Saúde de Sorocaba e a Associação Criança. Com isso, 160 casos começaram a ser atendidos pela entidade, sendo 156 deles relacionados às vítimas e 4 a agressores menores de idade. Desde então, 32 novos casos foram contabilizados pela associação e 27 abandonaram o tratamento.
Durante reunião, o vereador Manga, que preside a comissão, destacou o trabalho da Associação Criança na cidade e quis conhecer detalhes sobre os procedimentos adotados pela entidade para o atendimento aos menores. “A associação atende crianças de zero a 18 anos que possuem transtornos mentais, e possui uma equipe preparada para fazer o acolhimento imediato das crianças vítimas de abuso sexual. Para isso, colocamos em prática um projeto terapêutico singular, que leva em conta as necessidades de cada menor”, esclareceu Suse Helena Pedroso Dias, diretora clínica e vice-presidente da entidade.
Para o vereador Morelly, relator da comissão, é importante que as vítimas sejam tratadas cuidadosamente, já que existe a preocupação de causar danos psicológicos ao menor. “Nesses casos, a principal preocupação é que a criança tenha abalos psicológicos e não consiga mais desenvolver relações pessoais saudáveis. O tratamento precisa ser pensado, inclusive, para evitar que o menor torne-se um agressor algum dia”, detalhou Luciana Surjus, coordenadora de Saúde Mental de Sorocaba.
Luciana também explicou sobre o funcionamento do Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSI), que funciona no local da associação, mas é gerido pelo Poder Público. “Funcionando de acordo com normas públicas de gestão e com a estrutura do CAPS, o acolhimento às crianças e adolescentes pode ser feito, pela entidade, de maneira imediata, de portas abertas”.
O vereador Dini questionou as representantes da Associação Criança sobre as medidas tomadas quando pais ou responsáveis legais pelas vítimas optam por interromper o tratamento sem o aval das profissionais da entidade. “Quando há casos de desistência, o Conselho Tutelar é notificado”, informou a diretora clínica da entidade.
“É fundamental que conheçamos o trabalho da associação e as etapas de atendimento às crianças vítimas de violência sexual em Sorocaba. Com isso, a comissão pode entender os anseios dos órgãos competentes para melhorar o tratamento aos menores”, finalizou Manga.