DE MÃOS DADAS CONTRA AS DROGAS
Audiência pública discute ações de
enfrentamento à dependência química
* Manga comandará um grupo de ação que trabalhará unido no combate às drogas

A audiência reuniu autoridades, profissionais de saúde e representantes de ONGS, associações e centros terapêuticos, além da comunidade. Contou ainda com a presença da vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Social, Edith Di Giorgi, do secretário de Saúde, Francisco Fernandes, e dos vereadores Luís Santos (Pros), Carlos Leite (PT), Fernando Dini (PMDB), Izídio de Brito (PT) e José Crespo (DEM).
A secretária Edith abriu as manifestações e falou sobre o radicalismo das posições e o preconceito vistos atualmente, destacando a importância da união e convergência. “O que temos em comum é que todos estamos pensando em estratégias e soluções para ajudar essas pessoas a viverem melhor e a conviver com as demais.”, disse.

Já a coordenadora de Saúde Mental, Mirsa Elizabeth Delossi explicou que a questão deve ser intersetorial e que o Plano Municipal de Saúde já estabelece a Rede de Atenção Psicossocial, sendo que a cidade possui hoje dois Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas 24 horas, com proposta de um terceiro e de um específico para o público infanto-juvenil. Mirsa falou sobre a importância da abordagem humanitária, do modelo comunitário e não exclusivo, e explicou o funcionamento do Consultório na Rua e destacou a parceria com o projeto estadual “Craque é possível vencer”, onde foram capacitados 119 agentes de saúde e técnicos de enfermagem treinados para ir até os usuários, priorizando o caminho do cuidado integral.
Falou ainda sobre a complexidade da internação compulsória e sobre o programa de Redução de Danos. Sobre o planejamento da secretaria, afirmou que a intenção é que cada região da cidade tenha um CAPSs 24 horas para adultos e crianças, além dos leitos na Santa Casa deve chegar a 16 até 2016 e das 43 as residências terapêuticas previstas.
POLÍCIAS - O capitão Sidney Vieira, coordenador do Proerd - Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência, trouxe dados de 2014 e falou sobre os projetos preventivos desenvolvidos pela Polícia Militar. Segundo o capitão, no ano passado foram presas 380 pessoas relacionadas a crimes de drogas e outras 180 crianças e adolescentes, sendo apreendidas mais de 75 toneladas de drogas. “A polícia está fazendo seu papel, mas sabemos que apenas a área repressiva não resolve o problema, precisamos de todos os agentes sociais para colaborar. Além do Proerd e palestras voltadas ao público adulto, a PM de Sorocaba desenvolve atualmente o programa Jovens Brasileiros em Ação – JBA. Pioneira na aplicação do programa, Sorocaba dev
e se tornar pólo formador de policiais que atuem no JBA.
O delegado assistente da Dise (Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes), Rodrigo Aires, falou sobre o trabalho de inteligência da Polícia Civil e falou sobre a nova atuação de inteligência policial na área, não apenas da repressão, mas também preventiva. Ezequiel de Souza Oliveira, subcomandante da Guarda Civil Municipal, falou sobre a importância da participação da população. Ezequiel contou casos presenciados pelos guardas e afirmou que em 2014 foram apreendidos 268 adolescentes e detidos 224 maiores por envolvimento ao tráfico.
QUESTIONAMENTOS - Manga elogiou a atuação dos CAPSs, mas ressaltou que a dificuldade enfrentada é quando o encaminhamento é pela internação. O vereador Carlos Leite quis saber se há leitos ociosos no CAPSs III e a equipe disse que não são leitos psiquiátricos, apenas para acolhimento noturno, que não precisam estar completamente lotados, pois são destinados apenas para acolhimento de crise.
Dini enalteceu o trabalho da polícia, GCM, do conselho tutelar, da Prefeitura e também do vereador Manga, mas também enfatizou que a sociedade está perdendo para as drogas. “Estamos perdendo para a droga e a culpa é de todos nós, no entanto, agora estamos abrindo os olhos e percebendo que somos todos somos vítimas, não só os usuários. Precisamos enfrentar as drogas de frente”, afirmou. Crespo disse que o debate girou no campo conceitual, o que não traz controvérsias, mas não deve acabar nesse sentido e sim no estabelecimento de políticas públicas, com uma força tarefa operacional, que traz os resultados efetivos. O vereador cobrou atitudes e responsabilidades de cada um dos agentes com prazo para que se possa cobrar soluções.
Familiares e ex-usuários presentes na audiência pública deram depoimentos emocionantes e pediram ajuda das autoridades. A coordenadora se comprometeu a fazer o encaminhamento de cada um dos casos após a reunião.
Em seguida, entidades como a Lua Nova, a Igreja Céu Sagrado, Grupo de Apoio da Igreja Renascer em Cristo, Grasa (Grupo de Apoio Santo Antonio), Associação Pode Crer e Guarda Mirim falaram sobre o trabalho voluntário desenvolvido com os dependentes, assim como o representante da Santa Casa.