
“Há um esquema, um golpe na praça. Há relatos de que funcionários de empresas funerárias se aproveitam da dor da família, da fragilidade naquele momento de perda, para vender outros produtos e deixar de lado a gratuidade do benefício. Muita gente está sendo vítima de aproveitadores”, alerta Manga.
A lei original tem uma brecha e associa o benefício às famílias de baixa renda, mas não especifica o que é isso. “Está muito subjetiva. Com esse projeto colocaremos um basta na errônea interpretação de que as empresas concessionárias de serviços funerários dão ao atual texto da lei municipal 4.595/94. Elas constantemente impõem aos requerentes da isenção das custas de seus serviços, uma série de exigências, tornando o benefício praticamente inalcançável. Imagina a quantidade de pessoas que têm direito a isenção e não a conseguiu?”, justifica Manga.
Pelo projeto de lei 92/2017, que já havia recebido voto favorável de todos os vereadores na sua primeira discussão, fica acrescentado à citada lei um parágrafo ao artigo 5º: “Credenciam-se como beneficiários desta Lei, as unidades familiares, regulamente inscritas em qualquer programa social, com natureza de transferência de renda, seja federal, estadual ou municipal, bastando a comprovação da inscrição por um dos membros da unidade familiar inscrita”.
Segundo o presidente da Câmara, esse projeto é uma forma de garantir que o benefício atinja aqueles que de fato fazem jus a ele, bem como, resguardar as concessionárias dos serviços funerários. Lembra que o simples fato da inscrição em programa de transferência de renda já é garantia da situação de vulnerabilidade social. Isso, uma vez que para conseguir benefícios do tipo, seja em esfera municipal, estadual ou federal, é necessário passar por avaliações sociais para constatação da precariedade de renda.
”A intenção é resguardar a dignidade tanto do féretro quanto da sua família, permitindo que mesmo aos mais carentes seja garantida a prestação dos serviços funerários. Ainda mais num momento de fragilidade, em que precisam correr atrás de uma série de documentos e, por vezes, devido à grande burocracia, muitos acabam desistindo de pleitear aquilo que é garantido por lei”, finaliza o vereador.