Atendimento psicológico aos menores vítimas de
abuso sexual não foi feito nos primeiros meses do ano, afirma coordenadora do
CREAS em Sorocaba
O atendimento psicológico, necessário para as
crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual, não estava sendo feito desde
janeiro pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS).
A informação foi divulgada pela coordenadora do órgão, Sueli Cardia Gomes
Lopes, durante reunião com a comissão de vereadores criada para acompanhar as
ações de combate a esse crime e representantes do Conselho Tutelar de Sorocaba,
na terça-feira (6).
De
acordo com a coordenadora do CREAS, a suspenção do serviço, que é de atribuição
da secretaria de Saúde, foi anunciada no início da atual administração
municipal. “Agora, por conta de uma parceria entre a pasta e a Associação
Criança, o atendimento psicológico às vítimas voltará a funcionar. O CREAS já
encaminhou uma lista com 164 menores que já faziam ou irão começar o
tratamento”, relatou.
De
acordo com o vereador Manga, serviços fundamentais, como o atendimento
psicológico, não podem deixar de ser realizados na cidade. “Esses menores são
vítimas de um grande trauma e precisam ser tratados, para que não haja danos
psicológicos irreversíveis”, afirmou o presidente da comissão.
Durante
a reunião, o grupo de parlamentares, que também é formado pelos vereadores
Waldecir Morelly (PRP) e Fernando Dini (PMDB), também debateu diversas
propostas com os representantes dos órgãos, entre elas, a criação de uma
Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) e de um Centro
Integrado de atendimento às vítimas, além da implantação de um programa de
escuta especial, que colheria o depoimento do menor sem contribuir com danos
psicológicos ao mesmo.
“A
comissão veio para agir em conjunto com os órgãos envolvidos no atendimento às
crianças e adolescentes vítimas desse crime. Estamos acompanhando essa questão,
que é tão séria, para entendermos melhor os procedimentos adotados em
Sorocaba”, declarou o vereador Waldecir Morelly, que é relator da comissão.
No
encontro, também foram debatidos a importância da denúncia e a dificuldades de
condenar os criminosos que praticam esses atos. “Atualmente, menos de 10% dos
casos levados a julgamento recebem alguma condenação”, informou o presidente do
Conselho Tutelar, José Eduardo Cacace Júnior.