MP acata pedido de Manga para apurar suposto crime de usura



No dia 29 de agosto, o vereador Rodrigo Manga havia protocolado peça de informações no Ministério Público, a partir de relatos feitos por moradores dos conjuntos residenciais Carandá, Altos do Ipanema e Viver Melhor

O Ministério Público (MP) de Sorocaba acatou pedido do vereador Rodrigo Manga (DEM), protocolado no último dia 29 de agosto, para instauração de inquérito civil a fim de apurar supostas práticas criminosas contra moradores dos residenciais Carandá, Altos do Ipanema e Viver Melhor, na Zona Norte de Sorocaba. Por se tratar de hipótese criminal, o processo foi no último mês encaminhado à Promotoria de Justiça Criminal de Sorocaba.

As denúncias são de cobrança de juros abusivos e de imposição de dificuldade aos moradores inadimplentes para que quitem seus débitos de condomínio após a data de vencimento. O vereador tomou conhecimento do caso por meio dos próprios munícipes, naquela oportunidade durante visita à Zona Norte. Um grupo de moradores, inclusive, foi até a Câmara de Sorocaba para falar sobre o assunto.

A dificuldade dos moradores está em quitar débitos condominiais atrasados. Passado o vencimento do boleto de cobrança, o título é ‘bloqueado’ para pagamento em data posterior (ainda que com atualização de multa e juro de mora), ficando o devedor a mercê da boa vontade da empresa gestora para gerar novo título de cobrança atualizado, o que leva não raras vezes mais de 30 dias.

“Ou seja, o consumidor seria penalizado indevidamente, pois pretende pagar o boleto, contudo aguardam o novo título, o qual estará correndo ainda mais multa e juros, tornando impossível o cumprimento de sua obrigação. Seria uma suposta prática de crime de usura, que afronta o direito do consumidor”, acrescenta o vereador.

Agravante é que essa problemática causaria o risco de execução judicial das dívidas dos moradores. Já a prática de juros excessivos, além de afrontar diplomas legais, ainda fere o Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade.

Na peça de informações ao MP, Manga pede também ao MP que, em caso de irregularidade, notifique a Prefeitura de Sorocaba para que se manifeste quanto a sua responsabilidade de fiscalização das práticas denunciadas e, uma vez identificadas, que informe as medidas já tomadas ou outras que possam ser executadas.

Isso porque, a comunidade desses três residenciais foram atendidas por meio do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, mediante convênios da Prefeitura com o Governo Federal.