‘CPI do Menor’ recebe mais denúncias de maus-tratos





Pais de acolhidos, coordenadora de instituição e representante de Creas foram ouvidos nesta terça-feira (27) pela comissão, presidida pelo vereador Rodrigo Manga

Em oitivas da CPI do Acolhimento ao Menor, realizadas na tarde desta terça-feira, 27, o presidente da comissão, Rodrigo Manga (DEM), a relatora, Fernanda Garcia (PSOL), e o membro vereador Luis Santos (Pros) ouviram dois pais que denunciaram mau atendimento e agressões sofridas por seus filhos em instituições de acolhimento de Sorocaba.
Um dos depoentes relatou que três de seus filhos eram atendidos por uma instituição e não recebiam a atenção necessária. Segundo ele, por conta do ambiente a que estavam submetidos, os menores passaram a usar drogas e posteriormente fugiram do local. O outro depoente se queixou que seus filhos sofreram agressões de outros adolescentes e afirmou que só teve ciência disso após as crianças terem relatado os fatos na escola. Segundo o depoente, a casa de acolhimento tentou omitir os acontecimentos.
Já a coordenadora da instituição Casa Nova Vida, também respondendo a questionamentos da CPI, reclamou que recebe crianças e adolescentes sem as devidas informações necessárias para o acolhimento. Segundo ela, é imprescindível que os órgãos competentes, como Cras, Creas, Conselho Tutelar, Secretaria da Educação, entre outros, forneçam um relatório sobre os acolhidos. A depoente destacou também que em sua unidade há atualmente dois acolhidos com 19 e 20 anos, já que na cidade não há nenhum local para atendimento de maiores de idade.
Creas Sul/Leste - Também ouvida pela CPI, a coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) Sul/Leste, Monique Mello, respondeu a questionamentos dos vereadores acerca das condições da unidade. Segundo ela, a falta de uma estrutura própria compromete o atendimento, já que a unidade divide o prédio com a Secretaria de Igualdade e Assistência Social. A coordenadora afirmou também que sua equipe é muito reduzida para atender as atuais 195 famílias sob seus cuidados, sendo que para a estrutura atual o número máximo recomendado seriam 80.
A CPI do Acolhimento ao Menor foi instaurada na Câmara de Sorocaba após o vereador Rodrigo Manga receber denúncias anônimas, e depois comprová-las, de que crianças acolhidas pelo Poder Público, por conta de maus-tratos em suas casas e que deveriam receber proteção, estão sofrendo violência dentro das próprias entidades.
Além de Rodrigo Manga (MDB), que foi o proponente e preside a CPI, o grupo tem ainda à frente a vereadora Fernanda Garcia (PSOL), como relatora, além dos vereadores Francisco França (PT), Hudson Pessini (MDB), Iara Bernardi (PT), Irineu Toledo (PRB), João Donizeti (PSDB), Luis Santos (Pros), Péricles Régis (MDB), Renan Santos (PCdoB), Silvano Júnior (PV) e Wanderley Diogo (PRP), como integrantes.