DOENÇA RENAL CRÔNICA: Projeto de Manga quer o reconhecimento dos portadores como pessoas com deficiência orgânica e direito a atendimento prioritário

 

Entra na pauta, em primeira discussão, na sessão desta terça-feira da Câmara, o Projeto de Lei nº 183/2014, do vereador Rodrigo Manga (PP), que dispõe sobre o reconhecimento dos doentes renais crônicos como pessoas com deficiência orgânica, portadores de direitos para fins de atendimento prioritário. Conforme o projeto, ficam reconhecidos, para todos os fins de direito, os indivíduos com doenças renais crônicas como pessoas com mobilidade reduzida, nos termos do inciso II, art. 5º, do Decreto Federal nº 5.296, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida

Uma vez aprovado o projeto, ficam as repartições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos obrigadas a dispensar atendimento prioritário, por meio de serviços individualizados que assegurem tratamento diferenciado e atendimento imediato aos portadores de doença renal crônica. Também fica assegurada a prioridade de atendimento em todas as instituições financeiras. “O principal objetivo desta Lei é assegurar que os direitos adquiridos aos indivíduos portadores de deficiências sejam estendidos aos portadores de insuficiência renal crônica e transplantados renais, considerando as consequências sofridas pelos pacientes em decorrência dos tratamentos e exames que são obrigados a enfrentar diariamente, para garantir sua sobrevivência”, explica Manga.    

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), estima-se que no Brasil 10 milhões de indivíduos tenham algum tipo de doença renal crônica. A prevalência é de 50 doentes para cada 1 milhão de habitantes. De acordo com o último Censo da SBN, existem mais de 90 mil de brasileiros em diálise, procedimento médico que compensa o trabalho dos rins doentes.


Geralmente, a doença não tem cura e a qualidade de vida das pessoas com insuficiência renal que realizam tais tratamentos é bastante comprometida, uma vez que ficam na dependência de dietas severas e da máquina dialisadora, condições estas que as expõe a uma grande indisposição física e mental. Além disso, algumas enfermidades como anemia, diabetes, hepatite, hipertensão, entre outras são comuns entre os portadores de insuficiência renal crônica, e podem agravar ainda mais a condição clínica do paciente. “Estas condições fazem com que o doente renal crônico tenham uma vida difícil, com a mobilidade comprometida, por isso é importante assegurar a estas pessoas direito a atendimento prioritário”, ressalta o vereador.